Historia

Carmo de Minas é um município brasileiro do estado de Minas Gerais. De acordo com o censo realizado pelo IBGE em 2010, sua população é de 13.752 habitantes.[4]

Destaca-se na agricultura pelo café que é reconhecido como um dos melhores do Brasil. Em sua praça central encontram-se obras do escultor Francisco da Silva Reis, o "Chico Cascateiro". Ele moldava a sua obra em argamassa. Entre suas obras está o coreto da cidade.

Por causa de seus numerosos estabelecimentos de ensino, o município já foi até chamado de Atenas Sul-Mineira. O café se destaca na economia, e vem seguido do leite e milho. Dispõe de importante malha rodoviária, que liga a sede municipal a vários centros econômicos importantes, como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. É Comarca de primeira instância e está distante 275 quilômetros da Capital.

No início do século XIX, o fazendeiro João Coelho Nunes doou terrenos a Nossa Senhora do Carmo, para a fundação do arraial e da freguesia do mesmo nome. As terras, que pertenciam ao município de Pouso Alto, constituem hoje a cidade de Carmo de Minas. A capela de Nossa Senhora do Carmo foi o núcleo inicial do arraial, primeiramente denominado Carmo de Cristina, depois Carmo de Pouso Alto da Cristina. Em 1832, passou a freguesia, sendo então desmembrada de Pouso Alto. Ao ser elevada a distrito, em 1841, teve sua denominação mudada para Carmo do Rio Verde. Emancipada em 1901, passou a chamar-se Silvestre Ferraz e, em 1953, tornou-se Carmo de Minas.

No princípio do século, a cidade já se destacava pelos numerosos e renomados estabelecimentos de ensino: ginásio masculino, escola normal feminina, escolas de Agricultura, Farmácia e Odontologia. Suas escolas mantinham corpos docentes ilustres, que atraíam estudantes de localidades distantes. A cidade foi pioneira na aclimação de espécies exóticas, como oliveiras, tamareiras, pereiras, caquizeiros, ameixeiras, macieiras, espécies raras de parreiras e castanheiras.

 

 

O município de Carmo de Minas localiza-se na Zona Fisiográfica Sul, fazendo parte da microrregião 198, conhecida como Planalto Mineiro e formada por 44 municípios, integra também, com outros 29 municípios, a região da AMAG. Limita-se com os municípios de Olimpio Noronha, Jesuânia, Conceição do Rio Verde, Soledade de Minas, São Lourenço, São Sebastião do Rio Verde, Dom Viçoso e Cristina.

O município possui uma extensão territorial de 323,32 km², sendo 3,2% da região e 4,0% da Amag. O ponto central da cidade fica a uma altitude de 960 metros. A temperatura média anual é de 19,1 º e o índice pluviométrico anual é de 1.568,9 mm. Sua posição é determinada pelas coordenadas geográficas de: 22º07’21” de latitude sul e 45º07’45” de longitude oeste (Igreja Matriz). A área do município é caracterizada por 10% de formação plana, 20% ondulada e 70% montanhosa. Carmo de Minas é banhada pela Bacia do Rio Grande, tendo como principal rio o Ribeirão do Carmo do Rio Verde.

Dispõe de importante malha rodoviária, que liga a sede municipal a vários centros econômicos importantes, como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

O clima da região é do tipo tropical de altitude com verões muito brandos e úmidos e invernos secos e com um período de estiagem de 5 a 6 meses (abril a setembro).

A floresta tropical mista subcaducifólia, que outrora recobria a região, encontra-se bastante devastada, sendo encontrada em áreas isoladas em forma de mata de galeria.

Carmo de Minas possui uma população de 13.657 habitantes, sendo 61,62% provenientes da área urbana e 38,38% da área rural. Deste total 8.637 pessoas são eleitores. A base da economia do município é a agricultura e pecuária.

De acordo com o Anuário dos Municípios 2008, os índices econômico-sociais registrados em Carmo de Minas são:

FPM (2008): 1,0

ICMS (03/2008): 0,03803869

IDH-M (2000): 0,744

PIB/hab (2005): R$7.031,25

 

 

 

 

 

 

No princípio do século XX, a cidade já se destacava pelos numerosos e renomados estabelecimentos de ensino: ginásio masculino, escola normal feminina, escolas de Agricultura, Farmácia e Odontologia. Conhecida como “Atenas sul-mineira”, suas escolas mantinham corpos docentes ilustres, que atraíam estudantes de localidades distantes. A cidade também foi pioneira na aclimação de espécies exóticas, como oliveiras, tamareiras, pereiras, caquizeiros, ameixeiras, macieiras, espécies raras de parreiras e castanheiras. Sua fama atraía a curiosidade de diversas personalidades de destaque no meio político nacional. Uma destas culturas foi premiada na Exposição do Centenário, em 1908, como foi o caso do vinho fino “Néctar” produzido na Chácara da Conceição, mais conhecida como Escola Jerônimo Fernandes.

A cidade herdou o sossego e a qualidade de vida proporcionada pelo ritmo desacelerado, mas acolhedor de sua população, fixada em atividades em sua maior parte no setor primário da produção, como a cafeicultura.

No Brasil, o cultivo do café teve forte impulso ao final do século XIX e quase a metade do século XX, tornando-se o principal produto nacional. Fortunas foram feitas e arruinadas perante as fases de glória e decadência pela qual passou a produção do café. As terras e o clima de toda a região sul-mineira favoreceram a expansão da cultura cafeeira, na qual investiram vários fazendeiros carmenses.

Carmo de Minas faz parte do cenário nacional na produção dos bens que mais lhe conferem prestígio – o café e o gado Girolando. A qualidade do café produzido no município se deve a aplicação de técnicas atuais e inovadoras. Da mesma forma, a cidade é conhecida como a capital do gado girolando, devido ao alto investimento dos pecuaristas locais para a melhoria do rebanho em suas propriedades. Assim, o município partilha, no ramo da sua produção econômica, das novas tecnologias do mundo contemporâneo, mas num ambiente que não se hostiliza com o emprego dessas técnicas.

Atualmente, o café é um importante produto de Carmo de Minas, sendo reconhecido no Brasil e no mundo pela qualidade de seus grãos, título que o município estampa com orgulho. A importância dessa cultura para a economia carmense e região fez com que Carmo de Minas abrigasse a sede da COCARIVE – Cooperativa Regional de Cafeicultores do Vale do Rio Verde.

Por outro lado, o crescimento da população urbana de Carmo de Minas gerou o incremento da atividade de serviços na cidade e também à expansão do setor comerciário, que empregam parte dos carmenses em suas atividades. No setor industrial os investimentos são bastante modestos. Assim, sendo, as pequenas indústrias existentes na cidade são basicamente voltadas para produção de alimentos (principalmente derivados do leite) e cerâmicas.

A capela de Nossa Senhora do Carmo foi o núcleo inicial do arraial, primeiramente denominado Carmo de Cristina, depois Carmo de Pouso Alto da Cristina. Em 1832, passou a freguesia, sendo então desmembrada de Pouso Alto. Em 1841, foi elevada a distrito, tendo sua denominação mudada para Carmo do Rio Verde.

Em 1900, o Governo criou o município de Silvestre Ferraz, que encampava os distritos de Carmo do Rio Verde e o de São Lourenço. Este nome foi inspirado na estação ferroviária que servia a localidade. Emancipada em 1901, passou a chamar-se Silvestre Ferraz e só em 1953, o município adotou o nome definitivo de Carmo de Minas, ficando constituído apenas pelo distrito sede.

 

Hino a Carmo de Minas

 

Salve Carmo de Minas,

Minha terra gentil.

Salve Carmo de Minas

Pedacinho do Brasil.

 

Os teus filhos no passado

Escreveram bela história

Confiantes esperamos

Um porvir cheio de glória

 

Tu cresceste tendo sempre

De Maria proteção;

Engastada entre montanhas,

És a jóia do meu coração.

 

 

 

 

Antiga Estação Ferroviária

 

Segundo anotações do carmense Sr. Fernando Pena (1915-2006), a Estrada de Ferro Minas-Rio foi construída por uma Companhia Inglesa – a Minas and Rio Railway Company. Quando alcançou Soledade, os deputados Silvestre Dias Ferraz Júnior, Cristiano Correia Ribeiro da Luz e Padre Antônio Ribeiro da Luz se uniram e conseguiram a mudança do itinerário original, visando a passagem da Estrada de Ferro por Cristina, para benefício da então Carmo de Minas do Rio Verde.

A Estação Ferroviária de Carmo de Minas foi inaugurada em 15 de março de 1890, em terreno doado por Manoel Dias Ferraz. A diretoria da estrada de Ferro deu-lhe o nome de Silvestre Ferraz em homenagem ao deputado da região. A Praça da Estação, que conseqüentemente ficava anexa à Estação Ferroviária, foi inaugurada em 1932.

 

O primeiro nome foi Estrada de Ferro Vale do Sapucaí, mais tarde foi chamada de Rede Sul Mineira e, ainda, Viação Centro-oeste.

Passavam pela cidade diariamente seis trens de passageiros expresso e misto, com destino a Itajubá e a Soledade. Dois comboios de cargas, todos os dias passavam pela linha férrea levando gado, aves, legumes e hortaliças para os centros consumidores.

O Sr. Fernando Pena relata que havia uma euforia na hora da chegada e partida de passageiros da estação ferroviária.

A partir de 1952, com o asfaltamento das estradas, o transporte de passageiros e mercadorias começou a ser feito por caminhões e ônibus, o que tornou o sistema ferroviário deficitário. Em conseqüência, a Estação Ferroviária foi desativada em 1979 por prejuízos. Em 1980, começou a retirada dos trilhos e o prédio da Estação Ferroviária foi abandonado. Naquela época a estação era propriedade da RFFSA – Rede Ferroviária Federal AS. Só em 1996 o imóvel foi ocupado pela Prefeitura Municipal de Carmo de Minas. Atualmente, o local abriga a Rodoviária de Carmo de Minas.

 

Armazém de Café

 

A inauguração do Armazém de Café, chamado de Armazém do DNC – Departamento Nacional do Café tornou-se notícia no Jornal A Folha Nova, no ano de 1937. Segundo o anúncio do jornal, o DNC havia mandado construir o armazém na cidade para depósito e destino do café chamado de “quota de sacrifício”. Este armazém se localizava a margem da linha férrea e pouco adiante da estação local da Rede Mineira de Viação. O Armazém do Café, que atualmente pertence à COCARIVE, foi construído pelo DNC e o engenheiro responsável pelas obras foi José Zuquim de Figueiredo Neves, funcionário do Estado.

 

Parque de Exposições Antônio Alves Pereira Filho

 

O Parque de Exposições Antônio Alves Pereira Filho “Parente” foi construído em 1978, pela Sociedade Rural de Carmo de Minas. A obra foi projetada pela diretoria da época e a execução do projeto ficou sob a responsabilidade do Nico Marceneiro. Antes a Sociedade Rural funcionava na Rua Gorgulho, perto da Prefeitura.

De acordo com o ex-diretor do Sindicato Rural, Pedro Lúcio Pereira Junqueira, o local era um brejo e foram necessários cerca de cinco mil caminhões de areia para aterrá-lo. O lote foi adquirido com os recursos dos produtores rurais do município, associados à Sociedade Rural, então proprietária do Parque de Exposições.

A Exposição Interestadual da Raça Girolando acontece todos os anos no mês de junho, no Parque de Exposições Antônio Alves Pereira Filho “Parente”, em Carmo de Minas. Expositores de todo o país, principalmente de Minas Gerais, levam animais da raça Girolando para serem expostos e participarem de julgamentos, com finalidade de premiação.

A Exposição Interestadual do Gado Holandês acontecia desde 1978. A partir de 1997, o nome da exposição mudou para Gado Girolando, bem como a raça.

A festa acontece durante cinco dias com extensa programação, como exposições, torneio leiteiro, leilões, julgamento dos animais, praça de alimentação e shows à noite. O evento movimenta toda a cidade e região.

Em 1999, aconteceu a unificação da Sociedade Rural de Carmo de Minas com o Sindicato Rural de Carmo de Minas, sob a denominação única de Sindicato Rural de Carmo de Minas, com sede no Parque de Exposições “Antônio Alves Pereira Filho “Parente”“. A Sociedade Rural passou ao Sindicato todo o seu patrimônio, por meio de doação em pagamento.

Em 2002, o Parque de Exposições passou por uma reforma, financiada pelo MAPA – Ministério do Meio Ambiente. Os diretores da época foram os responsáveis pela obra e os pedreiros de apelidos: “Colorido” e “Papuca”, foram os executores.

Os Diretores Presidentes do Sindicato Rural de Carmo de Minas foram: Gabriel Augusto Pereira Junqueira – 1978 a 1982; Virgílio Dias Pereira Sobrinho – 1982 a 1997; Pedro Lúcio Pereira Junqueira – 1997 a 03/2007 e Lúcio Mauro de Castro Junqueira – 04/2007 até os dias atuais.

 

Escola Jerônimo Fernandes

A Chácara da Conceição pertencia a Manoel Dias Ferraz, sendo adquirida em 1905, pelo Coronel Jerônimo Guedes Fernandes, educador procedente do Rio de Janeiro, que transformou o local em Colégio Infantil Nossa Senhora da Conceição.

Segundo anúncio do Jornal A Folha Nova, de 1908, além de educandário a Chácara produzia um vinho fino chamado “Néctar” que teria sido premiado com medalha de ouro na Exposição de 1908, pela qualidade do produto.

Em 1911, foi fundada no local a Escola Agrícola Sul de Minas, criada e dirigida por Jerônimo Guedes Fernandes. A escola oferecia o ensino teórico e prático agrícola em todas as modalidades, funcionando como internato e externato. Anexo à Escola Agrícola funcionava um curso normal masculino. Sete anos depois a escola passou a ser chamada de Patronato Agrícola Delfim Moreira, atendendo inicialmente 60 meninos. A direção do Patronato sucedeu-se entre os membros da família até 1969, quando foi desativado pela Funabem (Fundação Nacional do Bem Estar do Menor), com a retirada dos menores do local.

De 1970 a 1976, a Funabem assumiu o estabelecimento com a nova denominação de Escola Jerônimo Fernandes, sob a direção do Sr. Jaules Lopes Fernandes. Com o término do contrato da Funabem, a escola atendeu crianças e adolescentes excepcionais e foi dirigida por Hélio de Oliveira Dantas.

 

Igreja de São Sebastião

 

A Igreja de São Sebastião foi construída no período em que o Cônego Antônio de Faria esteve à frente da Igreja Matriz, provavelmente, no final do século XIX. Alguns relatos contam que nesta igreja houve poucas celebrações, desde a sua fundação. A Matriz sempre teve foro privilegiado sobre os fiéis o que fez com que a Igreja de São Sebastião permanecesse fechada desde 1998, somente servindo ao grupo de orações São Francisco.

A história desta Igreja sempre esteve ligada aos princípios religiosos da cidade. Seu tombamento ocorreu em 1995.

 

Coreto Chico Cascateiro

 

O português Francisco da Silva Reis conhecido como Chico “Cascateiro”, ou escultor de cascatas, deixou sua marca pessoal e seu talento inigualável, no centro de Carmo de Minas. Trata-se do coreto da Praça Deputado Dr.º José Ferraz Caldas, um bem imóvel tombado como patrimônio cultural do município, pelo decreto lei nº. 004-2006.

O coreto foi construído sobre embasamento que imita feição de rocha, com uma cascata esculpida na base, cujos veios direcionam o fluxo de queda da água. Na escultura existem orifícios esculpidos que servem de vaso para germinação de plantas e uma abertura que imita a entrada de uma gruta, onde ficava a bomba de água que fazia funcionar a cascata. A proteção do interior é feita por bancos de alvenaria recobertos de argamassa plasticamente moldada em forma de troncos de madeira entalhada.

A escultura é um envoltório de alvenaria de tijolos de barro oca, recoberto por trabalho plástico de argamassa, imitando grandes blocos de pedra. A planta é circular, porém, organicamente, irregular; com regiões mais proeminentes que outras, não formando uma circunferência perfeita. As várias texturas que Chico imprimiu aos pilares de sustentação do coreto evidenciam seu estigma naturalista.

Chico Cascateiro se inspirava nas árvores das matas sul mineiras ao criar suas obras. O artista diferia dos outros escultores naturalistas do final XIX e início do séc. XX, pela minúcia e riqueza de detalhes de suas obras. Ele sabia reproduzir com a argamassa simulacros da natureza em imitações de bambu, troncos de árvores, galhos, cipós retorcidos, pedras, cascatas, insetos, etc.

A cobertura original do coreto, como pode ser visto claramente na tela de Margarida Junqueira, tinha 34 peças de cerâmica em cada uma de suas seis faces. Na cumeeira tinha uma pequena torre, com aberturas laterais. Uma lira, colocada acima da cumeeira, dava o toque final à bela e original obra de Francisco Reis.

Segundo o poeta Eustáquio Gorgone, morador de Caxambu e pesquisador da obra de Francisco Reis, a argamassa produzida por esse naturalista era composta de areia, cimento, óleo de baleia e cerâmica para os acabamentos. O óleo de baleia servia para dar liga à massa e proporcionava impermeabilidade à água, já que muitas obras feitas por Francisco Reis eram esculpidas em cascatas ou se integravam de alguma forma à água. Não usava tintas, apenas nas representações de bambus era utilizada uma pigmentação para dar a cor natural à reprodução.

 

Quadros da Via Sacra

 

A Igreja Matriz de Nossa Senhora do Carmo, em Carmo de Minas, construída em 1939, combina traços do barroco com algumas intervenções neoclássicas. Abriga em seu interior, há 68 anos, uma bela obra de arte sacra, um marco da religiosidade do povo carmense. São 14 quadros que representam a Via Sacra de Cristo, distribuídos em ordem cronológica. Todos entalhados em cedro, com as cenas em alto relevo, cuidadosamente pintados na oficina Teixeira Fânzeres, na cidade de Braga, Portugal.

 

Antigo Ginásio de Silvestre Ferraz – Casarão

 

A primeira informação sobre o casarão da Rua Coronel Antônio Ribeiro, nº 21, foi encontrada no Jornal A Folha Nova do dia 03 de fevereiro de 1921, que anunciou a fundação de um Ginásio na entãocidade de Silvestre Ferraz, que seria instalado naquele endereço, com as reformas necessárias para atender às exigências higiênicas da época.

A organização do corpo docente para o Ginásio ficou a cargo do Coronel Jerônimo Guedes Fernandes, que, segundo noticiou o jornal, contrataria três ou quatro docentes na capital federal para lecionar ali. No entanto, o Ginásio de Silvestre Ferraz não funcionou por muito tempo. Em 1932 o casarão foi comprado por Argentino Arantes e sua esposa, Sra. Maria Luísa de Barros Arantes, para que ali fosse instalado o Externato Nossa Senhora do Carmo – Escola Normal. A Sra. Maria Luísa foi responsável e professora do estabelecimento de ensino entre os anos de 1932 e 1964, quando o Externato deixou de funcionar.

As atuais proprietárias do imóvel são as filhas da Sra. Maria Luísa de Barros Arantes, que foram, inclusive, alunas do Externato. A neta da Sra. Maria Luísa, Adriana Arantes Franco é a atual responsável pelo imóvel, e segundo ela, o casarão teria sido construído por volta de 1820 e a inscrição “1860”, em sua fachada, é referente a uma reforma e não à construção do casarão. Antes da ocupação do prédio pelo Ginásio Sivestre Ferraz, o casarão era residência particular. Esta residência teria hospedado o Imperador D. Pedro II, em visita à antiga Silvestre Ferraz, no século XIX.

A edificação está localizada em posição privilegiada, na esquina da Praça Matriz com a Rua Coronel Antônio Ribeiro, antiga Rua Direita, e apresenta excelente estado de conservação.

 

Jornal A Folha Nova

 

oleção de selos, revistas e fotografias.

De acordo com anotações do Sr. Fernando Pena (1915-2006), o semanário A Folha Nova foi fundado em 1º de janeiro de 1914, por Américo Pena.

O Sr. Américo Pena comprou o Jornal A Procellaria, que circulava desde 1895, de Antônio Ferreira da Silva Porto, e, em 1914, com o novo proprietário, passou a chamar-se A Folha Nova.

A Folha Nova circulava aos domingos e era enviado, mediante solicitação, para cerca de 200 cidades dos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul e Bahia. Em dezembro de 1939, com o falecimento do Sr. Américo Pena, seu filho, Fernando Pena, que ajudava o pai desde os 12 anos de idade, assumiu a direção do Jornal A Folha Nova.

A tiragem do Jornal A Folha Nova variava entre 800 e 900 exemplares semanais. Até 1942, o formato da página era de 48 cm x 33 cm, mas, a partir de 1943, com dificuldades em adquirir o papel, o formato foi reduzido para 33 cm x 24 cm, permanecendo até o fim de sua publicação.

Durante 34 anos (entre 1939 e 1973), o Sr. Fernando Pena manteve o jornal em circulação. Em dezembro de 1973, por motivo de dificuldade em sua manutenção, as atividades do jornal foram encerradas. O maquinário foi vendido para um grupo de pessoas de São Lourenço, que fundou outro jornal, porém, este foi publicado por apenas um ano.

O arquivo do Sr. Fernando Pena, além de todos os exemplares do semanário A Folha Nova, possui ainda, exemplares do Jornal A Procellaria, do final do século XIX e início do século XX. O Sr. Fernando Pena, ao longo da vida e, principalmente, enquanto esteve à frente do semanário, recolheu e guardou jornais, revistas, fotografias, selos, recortes de revistas, discos de vinil, livros, entre outros, com zelo cuidadoso de colecionador. Hoje todas estas pérolas, que são retratos de uma época, fazem parte do seu rico acervo, que foi deixado á sua sobrinha Matilde Pena.

Vale ressaltar que a impressora principal do Jornal A Folha Nova, importada dos Estados Unidos, atualmente, está exposta na Casa de Cultura da cidade de São Lourenço.

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